FOTOS COM HISTÓRIA(S). 05: PORTFOLIO

05-04-2015 00:10

Actualizado

AGOSTINHO DA SILVA, 21 ANOS DEPOIS: OS DIAS DE BRASÍLIA

 

com a colaboração especial de João Ferreira e Maria Antónia Vitorino

 

Agostinho da Silva, um dos quatro mestres de António Telmo, partiu há 21 anos, num Domingo de Páscoa. Foi no dia 3 de Abril, o que levou a que este ano a efeméride se assinalasse anteontem, numa Sexta-feira Santa. Preferimos, porém, evocá-lo ao terceiro dia, frisando o halo de imortalidade com que os fados marcaram a hora da sua exaltação. Fazemo-lo com a publicação de um portfolio proveniente do espólio télmico, cujo acervo fotográfico está agora a ser digitalizado. São sete fotografias que julgamos inéditas, e que nos dão a conhecer os professores portugueses que, sob a égide de Agostinho e de Eudoro de Sousa, chegaram à Universidade de Brasília entre os anos de 1966 e 1968. Não nos alongaremos em informações. Para isso já o leitor tinha as notas e comentários às Cartas de Agostinho da Silva para António Telmo. Agora dispõe ainda de O Estranhíssimo Colosso - Uma Biografia de Agostinho da Silva, da autoria de António Cândido Franco, membro fundador do Projecto António Telmo. Vida e Obra, onde a fase da Universidade de Brasília é amplamente abordada. Como quer que seja, um outro membro do nosso projecto, o Professor João Ferreira, elucida-nos, a partir da capital brasileira, vários aspectos de pormenor deste políptico. As suas palavras, preciosas, dão-nos assim importantes elementos biográficos sobre o círculo candango de Agostinho da Silva. Tal como Carlos Francisco Moura, actualmente radicado no Rio de Janeiro, João Ferreira dá-nos a honra e o contentamento de integrar a nossa equipa. Por ambos se firmam pontes, no tempo e no espaço, com o Brasil de Agostinho e de Telmo. As imagens que se seguem constituem, estamos em crer, um relevante contributo para a iconografia do universo agostiniano, numa época em que, parafraseando António Telmo, se assistiu ao desembarque dos lusíadas no planalto de Brasília.   

António Telmo e Agostinho da Silva em Brasília, por ocasião de uma palestra do autor de Um Fernando Pessoa, no que parece ser o Centro de Tradições Populares do Teodoro-Bumba-meu Boi, que foi funcionário do Centro Brasileiro de Estudos Portugueses (CBEP), no Sobradinho. A quarta figura, da esquerda para a direita, é Maria Augusta Bezerra, Bibliotecária do Centro Brasileiro de Estudos Portugueses, muito guerreira, fiel e dedicada amiga de Agostinho da Silva, que lutou denodadamente pelo Centro, por sua razão cultural e Biblioteca, mesmo depois da ida de Agostinho para Portugal, incluindo a época de agonia e extinção do Centro (1971-1972), quando era Coordenador o Professor José Luís Conceição Silva, também grande amigo de Maria Augusta. A outra figura feminina, primeira da direita, é Maria Cecília de Sousa, arquivista na Universidade de Brasília, irmã do helenista Eudoro de Sousa.

 

Um padrinho enlevado diante da afilhada. Mestre Agostinho no dia do baptizado de Anahi. Foi em 3 de Dezembro de 1967.

 

Da esquerda para a direita: Eudoro de Sousa, Coordenador do Centro de Estudos Clássicos (CEC) da Universidade de Brasília (UnB), Maria Antónia Vitorino, esposa de António Telmo, professor da UnB e Maria Luísa Macieira de Sousa, esposa do Professor Eudoro de Sousa e Secretária Executiva do Centro de Estudos Clássicos da UnB.

 

João Ferreira, que chega à Universidade da nova capital brasileira, onde será colega de António Telmo (aqui o fotógrafo) no Centro de Estudos Clássicos, no ano de 1968, no velho aeroporto de Brasília ainda tentando se afimar -- frisa o autor de Existência e Fundamentação Geral do Problema da Filosofia Portuguesa. Nesta e nas duas fotos subsequentes, trata-se do dia da partida da família Vitorino (António Telmo, Maria Antónia e Anahi), de regresso à Europa, em Julho de 1968. Amigos e colegas marcam presença na despedida. Ao fundo, Carlos Francisco Moura, olhando para o fotógrafo. Bem visível, o rótulo luminoso da Varig, que era a nova companhia aérea se afirmando no Brasil. Há duas figuras femininas no plano subsequente ao de João Ferreira. Maria Antónia Vitorino, à esquerda, e Maria Luísa Macieira de Sousa, à direita. Vê-se ainda uma presumível balança (à moda antiga) para pesagem da bagagem.

 

No aeroporto de Brasília. Arquiteto Carlos Francisco Moura, membro do Centro Brasileiro de Estudos Portugueses e professor da UnB. Ao fundo, à direita, Lígia Preto, então professora da UnB.

 

Ainda no aeroporto de Brasília. Da esquerda para direita: Arquiteto Carlos Francisco Moura e Engenheiro José Luís Poças Conceição Silva, membros do CBEP e professores da Universidade de Brasília, e Dona Celestina, esposa do Professor Conceição Silva.

 

No casamento de Eudoro Augusto Macieira de Sousa, "Dorito", filho de Eudoro de Sousa, em 1968. Considerando os pares, da esquerda para a direita: Maria Cecília de Sousa (fila da frente) e João Ferreira (fila de trás), professor recém-chegado de Portugal, lotado no CEC, orientador da dissertação de Mestrado de Eudoro Augusto, cuja temática versou sobre Grande Sertão: Veredas de Guimarães, padrinhos de casamento dos noivos; Maria Antónia Vitorino (fila da frente) e  António Telmo (fila de trás), professor da Universidade de Brasília, lotado no CEC e amigo do noivo, ambos também padrinhos do noivo. Ao centro, o noivo Eudoro Augusto e a noiva. À direita, segundo informação de Maria Antónia Vitorino, os pais da noiva, que eventualmente terão sido também seus padrinhos.